Eduardo Pacheco
EVENTOS
PERFIL
Eduardo Pacheco, graduado com bi-titulação em Relações Públicas e também Publicidade e Propaganda, pela faculdade ESAMC campus Sorocaba/SP, iniciou sua carreira nesta área como Assistente de Eventos para o departamento institucional de uma grande emissora de TV, afiliada da Rede Globo, no interior do estado. Mas o mais significante marco do início de sua carreira foi como trainee para uma grande agência de eventos, na cidade de São Paulo, onde teve oportunidades para crescer, aprender, abrir portas e colocar em prática sua missão como Relações Públicas. Hoje em dia, atua no mercado com Planejamento Criativo e Estratégico para projetos de Live Marketing. Apaixonado pela área de eventos e experiências de conteúdo, Eduardo encontrou uma satisfação profissional ao criar elos emocionais entre uma marca e seus consumidores, e acredita que essa ligação garante uma presença de propósito na vida desses que vivenciam tais experiências. Em sua perspectiva, um evento é uma das maiores oportunidades do consumidor de uma marca poder vivenciar sua identidade e os seus valores em uma experiência imersiva no universo em que faz parte e, em contrapartida, uma excelente oportunidade para a marca contar uma história de encantamento ao seu público. Em sua concepção, a atividade de Relações Públicas, tem muito de branding, que nas palavras de Jeff Bezos - CEO da Amazon - "é o que as pessoas falam de você quando você não está na sala". Então, a área de eventos tem um papel muito importante para formar essa imagem na cabeça das pessoas através de uma experiência vivida.
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VISÃO SOBRE RELAÇÕES PÚBLICAS
De acordo com sua visão como Relações Públicas, mais voltada para sua área de atuação, Eduardo enaltece a possibilidade de a sua profissão ser capaz de oferecer a oportunidade de inspirar pessoas, de executar uma ideologia, de apresentar pensamentos e perspectivas diferentes que nos fazem pensar, seja pelo individual ou pelo coletivo. Para ele, as pessoas não estão mais interessadas em apenas consumir um produto. Elas querem consumir a sua filosofia. Elas querem que o consumo deste produto represente seus pensamentos, seus ideais. Segundo ele coloca, hoje em dia o consumo é quase que como um ato político, muito pautado na filosofia da marca, e acredita que quanto mais tempo passar, mais a identidade e personalidade das marcas deverão ser trabalhadas como humanas. Sendo assim, quando questionado, projetou expectativas positivas para o futuro da profissão de Relações Públicas. Quanto à sua percepção de mercado, considera o momento atual extremamente conveniente e fundamental para a função. “As marcas, sejam elas públicas ou privadas, devem se demonstrar parceiras dos seus consumidores para, não simplesmente reter seu público, mas de fato fazer a diferença em suas realidades de forma a agregar valor, propósito e cidadania à vida das pessoas”, diz Eduardo, “sem dúvida nenhuma, após tudo isso passar, a grande maioria das pessoas vão saber quem fez a diferença, quem esteve ao seu lado neste momento difícil, e isso certamente impactará o seu consumo no longo prazo”, complementa.
Referente às mudanças que interferem na profissão de Relações Públicas, Eduardo afirma que a profissão, pela sua perspectiva, vem se tornando cada vez mais relevante e conscientizada perante o mercado. “Antigamente, através de uma visão macro, dados eram enxergados apenas como números que viabilizavam um investimento. Hoje em dia, a lógica pode até ser a mesma, mas cada dado é visto como uma pessoa. Com vida, com sentimento, com comportamento, com lifestyle. Frente à evolução do comportamento do consumidor, as empresas estão tendo que se reinventar diariamente para agradar o público que está cada vez mais crítico e sedento por verdades transparentes. A gestão de imagem e desenvolvimento de diálogos são fundamentais para se comunicar com essa sociedade”. Segundo Eduardo, o momento em que vivemos demonstra isso.
Essa entrevista foi realizada em um momento em que o mundo inteiro estava em confinamento, por causa de uma pandemia. Sobre esse desafio, Eduardo falou da crise que se instaurou no setor de eventos. Segundo ele, o setor de eventos físicos foi completamente impactado, devido ao fato de se trabalhar com aglomerações de pessoas. A indústria de eventos foi uma das primeiras a pausar suas atividades e certamente será uma das últimas a poder voltar, e de maneira extremamente regulada. O que também levou as empresas e agências a se reinventarem para poder trazer soluções reais e atuais para seus clientes. Essa situação gerou bastante desemprego, tanto por parte de agências, de fornecedores, quanto das empresas, que sem receitas e fluxo de caixa, não conseguem manter os funcionários por muito tempo.
“Mas se por um lado essa crise trouxe inúmeras preocupações e tristezas, por outro acelerou o processo de transformação digital que promete trazer evoluções benéficas para o mercado profissional no longo prazo. Isso sem falar sobre a exploração de propósito e humanidade, traduzidos em colaboratividade e mindset coletivo que está mais em alta do que nunca e que deve permanecer. É um momento difícil, mas o ‘copo cheio’ deve prevalecer - esperamos”. Complementa dizendo que, desde o início da pandemia, sua demanda de trabalho reduziu drasticamente, desenvolvendo projetos mais voltados para o digital. Mas que utiliza o momento para também repensar a sua carreira, para projetos que envolvam mais propósito e fomento de cultura.
Foi perguntado para Eduardo, o que ele poderia dizer para estudantes, ainda em início de suas trajetórias. Ele respondeu: “diria que o mercado de trabalho é difícil, mas que com persistência e determinação impulsionada por ambição, grandes conquistas você terá. Diria também que é muito importante você acreditar no seu trabalho, de você ter o mínimo de prazer no que atua. Pois, para quem tem o privilégio de poder perseguir seus sonhos, essa decisão promete consumir um bom tempo da sua vida e, quanto mais você conseguir equilibrar vida pessoal com profissional, na busca do seu propósito, provavelmente mais feliz você será em sua carreira. Mas também digo que não devemos nos preocupar excessivamente com "o que queremos ser" no início, pois com o passar da jornada profissional novas ideias vão aparecendo e também novas oportunidades de trabalho que antes não se era possível enxergar. E o principal: tenha paciência, rs”.
UM PROJETO EM DESTAQUE
Foi mencionada a importância de inúmeros projetos, mas Eduardo destaca um dos primeiros freelances que fez, e que certamente abriu seus olhos para trilhar a conquista da sua realização profissional. Foi em 2014, como produtor para uma produtora de filmes em um evento multicultural, realizado no Parque Burle Marx em SP, com cinema ao ar livre, apresentações musicais, oficinas de arte e sustentabilidade, entre outras atividades para amigos e para a família. Foi muito marcante poder ver a alegria estampada na cara das pessoas que estavam passando por essa experiência e foi ali que decidiu, de fato, seguir a carreira de eventos.
